sexta-feira, março 30, 2007

das desistências


Amanhecem, nestes tempos duros,
minhas certezas velhas.

E como um rio que, tendo desistido do seu curso,
de súbito interrompesse seu fluxo
e resolvesse retornar ao manancial subterrâneo donde veio;

ou como a ave que estranhasse a manhã
e resolvesse deixar-se abater
sem que um só tiro a alcançasse

e a canção abdicasse de seu espaço
e se entregasse ao silêncio assim,
ainda no meio de uma nota em semi-tom,
.
.
minhas certezas desistem.
imagem: Paulo Lopes, Fenda

27 comentários:

Anônimo disse...

as minhas, sequer existem... 1 beijo.

Lu disse...

Minha Lia, as certezas abundam onde faltam as experiências.
Ter dúvidas não é de todo ruim.
Saudades de ti, guria.
Beijo na alma.

Edilson Pantoja disse...

Ou minha desistência é a única certeza... Tá, viajei. abraço, Lia grande!

Anônimo disse...

É quando o poeta olha dentro de si e não enxerga nada no lugar.

Gostei muito daqui.

Voltarei com certeza.

Beijo.

Anônimo disse...

Por que desistir? A vida tem mil caminhos! Beijos.

diovvani mendonça disse...

Esta nota no meio de uma nota em semi-tom - talvez seja o caminho do meio. A harmonia que ouvimos quando vamos chegando mais perto do equilíbrio. Quanto as certezas, costumo dizer que sou colecionador é das "in". AbraçoDasGerais.

douglas D. disse...

eu não as tenho
tropeço
e sigo,
por aí.

Ivã Coelho disse...

São vagas as certezas, sempre, só a dúvida é perene. A única certeza que permanece, sempre, é a beleza de suas entrelinhas.

Sempre um novo fôlego quando por instantes aqui repouso.

Abçs ternos, poeta, beijos fartos.

Dalva M. Ferreira disse...

Brava!!! As palavras te obedecem, como ratinhos seguindo o flautista.

Abraço.

Fernando Palma disse...

"nota em semi-tom". Isso é gostoso de imaginar...

Uma certeza nunca desiste, ela dá uma trégua. Breve.

Belíssima imagem!

Passando para rever os amigos.

Atpe mais!

Anônimo disse...

As metáforas que você usou são os retratos da vida plena...o rio, a ave, a canção...Realmente, se houver "desistências" comparadas às dessas realidades...suas certezas estarão mortas.
Mas, certezas, de uma certa maneira, devem mesmo ser "recicladas"...Sobretudo, nas almas poéticas como a sua...
Amei!!
Beijo meu.
Dora

Bianca Helena disse...

De ler e reler, tudo aqui.
Presente da inspiração, parabéns!

CarolBorne disse...

Amiga querida, você é leitura obrigatória! Sempre certeira!
Beijos!

Luciana Melo disse...

Desisti de ter certezas.
Por onde andas, minha Lia?
Beijo na alma.

wagner disse...

as certezas só servem ao engano.
belo poema, de novo...

Paulo Lima disse...

Li e gostei, pois se encaixou.
Respondo com algo que escrevi no
meu espaço:

Espelho da Alma

Eis que descubrimos,
Olhando no fundo do Espelho D'Alma,
Que é fácil descuidar de perto
E muito difícil cuidar à distância...

Beijo do amigo
Paulo
http://paulo-lima-nikima.blogspot.com/

Fernando Palma disse...

Por onde andas?

CarolBorne disse...

Lindona, te indiquei para as 7 maravilhas da blogosfera!

Dá uma espiadinha!
http://fromoutspace.blogspot.com/2007/06/uba-fui-indicada.html

Beijão!

Anônimo disse...

Tá difícil não vender a tua tela. Todos que vem ao atelier ficam impressionados, mas nós sabemos o segredo que ela esconde. Ela só pode ser tua. Te cuida muito, melhora! (o pior já passou)
Beijos

CarolBorne disse...

Amada, eu também sempre venho por aqui em busca de respostas para as minhas desistências e insistências da vida.
Estou naquela fase de quem sabe exatamente o que não quer, e sem um tiquinho da velha coragem pra agarrar com unhas e dentes o que mais tenho querido. Pelo menos nos últimos 200 e poucos dias.
Acho que vou beber umas três margaritas (pra acordar a valentia) e resolver a questão até o final dessa semama. Que os deuses me protejam!

Rubens da Cunha disse...

saudade muita dos teus escritos. espero que estejas bem.
abraços
Rubens

Unknown disse...

Molt bon post! Bravo!

Anônimo disse...

Minha linda sonhadora! causo di quê este silêncio? quero notícias! brabas, tristes, furiosas, felizes, cheias de dengo, benfazejas, malfazejas... Ciclotímicas... como nós.... Não se perca dos sonhos, sem eles é impossível viver, é intolerável não imaginar coisas lindas, não sentir saudade das coisas boas, não enfeitar o mundo com nossas esperanças, nossas mazelas, nossas bemzelas!
Beijo, Marilia.

O Amor disse...

http://www.casadeparagens.blogspot.com/

Anônimo disse...

.. deixemos as certezas de lado, basta confiar na nossa intuição!

Anônimo disse...

bem que a desistência podia acertar uma flecha certeira bem no meio desta sua desistência... volta. tá fazendo falta. 1 bj

Além do tempo... disse...

Cássia, sou nova nesta comunidade dos blogs!! Já estava até desistindo quando parei por aqui! Tua poesia é de primeiríssima qualidade! Não dá para passar e não ler, e não escrever, e não entrar neste mundo poético!!! Tenho o sol em libra ! É um pouco diferente da lua, porque a lua entra muito pelo lado emocional... Mas libra sempre equilibra e pondera, então .... conseguimos ir em frente, com todos os tropeços!