segunda-feira, abril 26, 2010

Da tirania dos cordeiros

Para entender com outros sensos a alma minha, A minha alma
Tudo o que exagera me enlouquece:
tédio, volumes, vulgaridades
burrices, hormônios, deslealdades.
Nenhuma maldade é suficientemente pequena
(pequena é a alma que a contém).
Tenho vícios de cordeiro
e também sua tirania.
Nunca aprendi a revidar.
Mil vezes, mil vezes
a minha melancolia, essa forma
quase doce de abençoar
quem não fui, embora
por vezes me enjoe.
Tudo quanto não sei
me exaspera. Exagero!

Texto: CeciLia Cassal Imagem: Mario Alexandre

13 comentários:

Luciane Slomka disse...

Exagero mas nunca excesso.
Amo o que tu escreve.
Beijao com saudades!

Janaina Amado disse...

Você nunca exagera, Cecília. Ao menos na poesia. :-)

Jacinta Dantas disse...

Poema assim, com jeito de outono correndo, correndo, em seus tons dourados, buscando entender e se renovar.
Bjs

douglas D. disse...

que belo exagerar!!
obrigado pela visita ao blog!

Dalva M. Ferreira disse...

Belo poema. Intrigantes os vícios e a tirania de cordeiro!

Anônimo disse...

Ai, que saudades dos teus escritos! Lembra de mim? Carole... Cecília, que maravilha de poema! Venho aqui para me deleitar e aprender. Um beijo grande!

Rogério Pimentel disse...

Oi Cecília estou conhecendo o seu blog e órbitas...
Gostaria de ter o seu e-mail. O meu é rogpimentel131@ig.com.br
Beijos
Rogério Pimentel
www.zeladordolago.blogspot.com

Unknown disse...

Gostei...

Tem gostos de além-mar o poema.

Abraço!
vinicius.

Anônimo disse...

Poeta com P maiúscula:

não são "apenas" versos bem urdidos, não, mas um novo olhar sobre a condição humana e sobre como é enorme e, por isso, terríveis os pecados levando o cordeiro ao sacrifício. Tua literatura traz sempre a tua marca, tua dicção, mas é sempre nova no que propõe, expõe. E que trecho maravilhoso este, um achado: "minha melancolia, essa forma
quase doce de abençoar
quem não fui". Talento tem limite, hem...


Saulo Ribeiro Spikerman. Santana do Livramento, RS.

marcia cardeal disse...

Certeira. beijo

Cláudio B. Carlos disse...

Belíssimo poema. Uma porrada.



Aplaudo.



CC

TH disse...

Moça da capa da Vogue,risos, lindos teus escritos que não li há dia...Estive, e ainda estou, recolhida nos fragmentos meus. Não te soube acidentada, mas te sei querida, sempre e muitas vezes, algumas vezes várias vezes ao dia, lembrada por mim! Saudades de ti!

Mara faturi disse...

Exagero de lindo é o que escreves; Linda é sua alma queri, sua sensibilidade;)
Saudade exagerada...